sábado, 13 de junho de 2009

Palavras


Joan Scott fala que a tarefa de mudança do significado dos termos é fadada ao fracasso. Lingüístas franceses e ingleses fracassaram na tentativa. A verdade é que certas palavras são usadas freqüentemente para atingir de forma violenta muitas pessoas. Venho pensando bastante sobre o assunto há algum tempo e percebo que alguns termos ofensivos deveriam ser encarados como forma de representação. Bicha, sapatão, gilete, trava e alguns outros que se referem à pessoas LGBT's não deveriam mais ser vistos como simples xingamentos em alguns casos.

Conheço muitas meninas que abonimam a palavra lésbica, preferem ser chamadas de sapatão ou fancha, por exemplo. E meninos que se intitulam bichas, viados e outros "termos depreciativos". Estes léxicos representam, socialmente, aquilo que chamamos de esteriótipos. Ao proferir uma destas palavras a alguém espera-se que elas tenham a força de destruir qualquer pingo de respeito que por ela se possa nutrir. Elas são aquilo que é o exagero, o não aceitavél, a chacota, o ridículo... o esteriótipo.

Esteriótipo. Tenho escutado muito este termo nos últimos dias "não gostaríamos de esteriotipar a coisa" "devemos lutar contra o esteriótipo que se espera dos gays" "esteriótipo isso... ou aquilo". Com certeza um de nossos termos mais vulgarizados!

Este termo vem sendo usado como arma na subordinação de algumas identidades sociais sem que as pessoas se dêem conta disto. É comum numa discussão sobre identidades LGBT's dizer que determinados indivíduos são esteriotipados, que determinados comportamentos são esteriótipos e que devem ser combatidos pois são nocivos. Travestis, pintosas e butches são os principais alvos desse tipo de crítica.

Olá? Será que as pessoas não percebem que o que chamam de esteriótipo é na verdade uma identidade indivídual? O problema é que, a maioria, não sabe como lidar com seus constrangimentos e transfere ao outro esta responsabilidade. Numa sociedade onde nossas identidades são controladas e ensinadas de forma a se manterem no padrão dominante, os LGBT's não ascépticos precisam ser combatidos e denunciados como farsas e responsáveis pelos procedimentos de discrimição do resto da sociedade.

São homens, mulheres, travestis, transexuais, bissexuais e outras expressões que precisam deixar de ser encarados com esteriótipos e passar a ser respeitados dentro de suas individualidades. A grande questão nestes casos é que, são estas pessoas, as responsáveis por escacararem as outras formas de ser numa sociedade violentamente heteronormativa. Elxs são constragedorxs porque estão ali reinvidicando o direito de ser delxs e de outrxs. Outrxs que muitas vezes são agentes ativos dessa transformação de individualidades em esteriótipos!

É bom lembrar, principalmente a muitos LGBT's, que forma estes "esteriótipos", os responsáveis por muitas das conquistas na luta por direitos e por sermos quem somos.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Drops

A nova seção do Blog que traz informações rápidas dos assuntos mais comentados durante a semana.

Parada do Orgulho de São Paulo

A Parada da Diversidade de São Paulo, considerada a mior do mundo, acontece no próximo domingo, 14 de junho. Diferente de outras edições do evento, este ano a parada não terá entre seus 20 trios elétricos. 1200 militares farão a segurança do evento juntamente com 420 seguranças particulares. O orçamento deste ano é de $ 760 mil reais.

Príncipe Indiano


Mandreva Gohil

Como divulgado em post anterior, o Príncipe Indiano Manvendra Singh Gohil, 43, estará no país e participará da Parada em São Paulo. Manvendra é responsável pela ONG Lakshya Trust, fundada no ano 2000 e que atua na prevenção de HIV/Aids.

Programação Cultural

A Associação dos Amigos da Parada preparou uma super programação para esta semana! 200 mil pessoas passaram pela Feira Cultural organizada ontem, 11 de junho, no Vale do Anhangabaú. Além da feira, a cena GLS da cidade ferveu durante toda a semana com opções para o público LGBT.


Transexuais e Travestis

As identidades "T" ganharam um posto de saúde em São Paulo! É um espaço ao lado do
Núcleo de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Centro de Referência e Treinamento (CRT/Aids), na Vila Mariana, Zona Sul da capital paulista. Nele Travestis e Transexuais receberão atendimento de uma equipe de profissionais especializados e preparados para trabalhar com o grupo. Que venham outros em outras cidades! E que sejam disponibilizados cursos de especialização ao atendimento médico à este grupo que ainda sofre muito constrangimento na rede de saúde do País.

Filha da cantora Cher inicia tratamento de resignificação


Chaz iniciou o processo de ressignificação

Chastity Bono, 40 anos, filha de Sonny Bono e Cher, iniciou os processos de transgenitalização. Ativista dos direitos LGBT's Chaz, que é advogado, está muito feliz com a decisão de acordo com suas fontes oficiais. Chaz assumiu sua homossexualidade aos 20 anos ainda com Chastity e ficou quase 10 anos afastax de sua mãe. Agora, aos 40, espera servir de exemplo para muitxs transexuais ao assumir sua verdadeira identidade.

E pra terminar

De forma geral a cobertura do caso de Chaz deixou muito a desejar. Nem mesmo blogs voltados ao público LGBt's souberam tratar do assunto. Muita chacota e pouco entendimento sobre a identidade transexual foi o que se pôde observar. Claro que houve quem conseguiu tratar o assunto de forma consciente.

A grande mídia, e muitos veículos LGBT's, devem ficar atentos ao falar sobre as paradas de diversidade. Não se tratam de paradas gays e sim paradas da diversidade. Fica dica!

Dia 12 de junho, dia dos namorados, vi apenas um programa, na tv aberta, apresentar um casal não heterossexual.



De volta...


Pessoas passei muito fora do ar... andava preguiçoso para escrever. Não pensem que cogitei acabar com o blog, em absoluto! O considero um importante instrimento na minha luta pró-LGBT's! não importa o número de pessoas que o lêem, o importante é que é lido!

domingo, 17 de maio de 2009

Dia Mundial de Combate a Homofobia!

Pessoas hoje, 17 de maio, pessoas em todo mundo estão se reunindo para manisfestações pelo Dia Mundial de Combate a Homofobia. Como todxs sabem homofobia é a aversão contra LGBT's. Essa postura gera diariamente violência gratuita contra pessoas em todo globo. Agressões fisícas, morais e psicológicas além de outros tipos de violência e, em alguns casos extremos, mortes, são consequências de uma sociedade homofóbica que se acostumou a aceitar a violação do direito a dignidade de milhões de indivíduos devido as suas orientações sexuais.

Foi em 17 de maio de 1990 que em assembléia geral a Organização Mundial de Saúde aprovou a retirada do" homossexualismo" da classificação internacional de doenças (CID), declarando que Homossexualidade não é doença distúrbio ou pervesão.

Chega de fechar os olhos, chega de sermos omissos! São pessoas que estão sendo violentadas em seus direitos indivíduais em nome de uma moralidade, em nome de um deus punitivo, em nome de valores construídos em cima de falsos pilares.

Peço a vocês que assinem o abaixo assanido pela PLC 122 acessando o link

Não Homofobia!

Precisamos acabar com essa impunidade!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Sobre pessoas e suas opiniões...


Eu tenho um amigo que diz "eu já sou bonito, não preciso ser inteligente!", infelizmente nenhuma das duas afirmativas é verdadeira. Ele nem é bonito e sim você precisa ter conteúdo sim! Sua beleza, se é que você tenha alguma, será notada assim que você chegar aos lugares mas ficará apagada no decorrer dos eventos assim que você parar para conversar e perceberem que você não tem nada a oferecer.

Estaria eu dizendo que temos que ter opinião sobre tudo? Que pessoas bonitas são burras? Começo respondendo pela última. Apenas peguei esta frase para tentar desenvolver meu pensamento a respeito de alguns acontecimentos dos últimos dias. Obviamente não acredito que quanto mais bonito mais tapado você seja. Não vivo em um filme teen. Também não acho que se deva ter opinião sobre tudo e, menos ainda, que determinadas opiniões sejam explicitadas.

Em conversas sobre assuntos cujo meu ponto de vista é retrógrado e preconceituoso prefiro sair com "Não sei o que pensar sobro isto" ou "Prefiro não dizer nada". Ter, ou melhor, dar opinião sobre tudo pode ser tão perigoso quanto não ter sobre nada.

Há duas semanas, mais ou menos, durante o concurso que elegeu a Miss Eua uma das finalistas ao ser quetionada sobre o que achava do casamento entre pessoas do mesmo sexo respondeu que não tinha nada contra - vocês já perceberam como essa frase neste contexto, quase sempre, vem seguida de mas? -, mas que casamento é entre opostos. Este episódio gerou manchetes durante um bom tempo. A senhorita que fez o pronunciamento era a favorita ao título e, de acordo com muitos, sua derrota se atribui a essa frase.

Já esta semana outro pronunciamento, também neste sentido, foi dado durante a escolha da Miss Botsuana, pequeno país da África. Neste caso a candidata foi aplaudida e ao fim da competição foi coroada Miss. Em Botsuana a homossexualidade masculina é punida com até cinco anos de prisão! O que poderia ter sido o fim em uma competição gerou pontos a favor.

Esses concursos são para premiar beleza por isso, muitos, sempre ficam com os pés atrás durante os blocos de pergunta. Todas ensaiadinhas, a maioria das respostas conhecidas (Deus, família e paz), sorrisinhos e tchauzinhos contidos. em alguns países as Misses são uma espécie de símbolo nacional. Participam de campanhas sociais, levam sua cultura a outros lugares. Têm uma posição privilegiada que serve de inspiração para muitas garotas. Declarações como essas são incrivelmente negatvas para os movimentos LGBT's ao redor do globo!

Claro que as diferenças culturais entre os dois países citados justificam as diferenças nos resultados. Cinco estados estadunidenses já apoiam o casamento homoafetivo e por mais que se tenha alguma coisa contra este arranjo poucos querem ser constrangidos por suas opiniões, diferente de Botsuana onde, ser gay masculino mais exatamente, é crime. Mas no fim não há diferença... nos dois países muitas pessoas certamente compactuam da mesma opinião e vê-la publicamente em um evento de grande repercussão é satisfatório.

Incrivelmente por mais repugnantes que as duas declarações tenham sido eu prefiro assim, sabia? É melhor alguém chegar e falar " Não sou a favor"ou "Não gosto de gays" que aqueles que se escondem o tempo todo atrás de uma pseudo aceitação para parecerem politicamente corretos. Não quero com isso justificar essas declarações ou que esse tipo de postura não é homofóbica, apenas prefiro saber com que pessoa estou lidando.

Acho que as duas fariam um bem muito grande se apenas mandassem seus tchauzinhos e beijos contidos e, por mais que não concorde com meu amigo, elas poderiam ser apenas bonitas ao responder estas perguntas.


quinta-feira, 23 de abril de 2009

Erecom Belém 2009


Pessoas acabei de chegar de Belém - ou Belhém como dizem alguns -, do Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação 2009 e voltei bastante contente com o que eu vi!

Primeiro esse foi sem dúvidas um dos encontros mais bem organizados que eu já participei; segundo o povo entendeu que festa é festa e não palanque político e se jogou com tudo no fervo!!! (Camilhinha morra de felicidades com essas palavras!) e terceiro, e mais importante, esse foi o encontro onde gays e lésbicas mais ficaram a vontade para realizar suas vontades e desejos dentro dos espaços do encontro sem a necessidade de saídas furtivas para cantos escuros longe dos olhares alheios.

Claro que alguns particpantes, gays e não-gays, não ficaram muito a vontade com essa visibilidade toda, mas ao longo dos dias os olhares de incredulidade, os cochichoos e muxoxos de desaprovação e os dedos apontados foram diminuindo ao patamar da quase invisibilidade. De acordo com alguns amigos o Erecom mais parecia o Enuds (Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual), que, coincidentemente, aconteceu há 6 meses atrás também na UFPA.

Mas como nem tudo são flores não posso deixar de apontar o GD de Sexualidade, Gênero e Opressões como um ponto a ser reavaliado para os próximos encontros. Os facilitadores, o Milton do Orquídeas e duas professoras que não recordo os nomes agora, foram muito felizes em suas falas, entretanto não há como haver uma discussão proveitosa e aprofundada sobre os temas uma vez que eles são muito amplos e aspectos deixam de ser contemplados em um Gd que gira em torno de três temas. A sugestão é que se façam Gd's específicos sobre sexualidade e gênero e outros sobre classe e raça.

Também notei a necessidade de formação de grupos para a discussão das temáticas de diversidade sexual nos cursos de comunicação. Algumas falas explicitaram bem a falta que esse tipo de organização faz uma vez que alguns preconceitos foram sendo reativados sistematicamente através de exemplos e inferências.

Mas nem isso conseguiu ( e olha que o Milton e o Ramom são testemunhas de como eu sai do sério) fazer com que eu não aproveitasse todos os momentos do Erecom. Todas as bagunças no quarto, as festas, as oficinas que participei, a bebida, o cigarro e os amigos novos, antigos, de perto, de longe... Vinny, Duda e Osmar vocês foram lembrados sempre! Jamira foi ótimo te ter por perto esses dias amiga você foi parte importante dos meus momentos felizes nesse encontro!

Agora é esperar por Fortaleza...




sexta-feira, 3 de abril de 2009

Hijras

Eu acho, particularmente, a novela Caminhos das Índias um saco. A única coisa que vale a pena nesse folhetim é a oportunidade de apreciar a cultura indiana. E mesmo esse ponto de ancoragem e luz no fim do túnel fica apagado numa trama confusa e caricatural com seus personagens que beiram ao inverossímil. Mas deixemos de lado o enredo megalomaníaco de Gloria Perez, afinal, esse não é um texto sobre seu atual trabalho, e vamos falar sobre xs Hijras.

Muita coisa se fala sobre esse grupo, que teria como equivalente ocidental a identidade transexual, mas pouco se sabe sobre eles fora da Índia. Aliás, no país, até as cenas dos casamentos da novela das 20h poucas pessoas tinham ouvido falar sobre xs Hijras.

De acordo com a tradição indiana elxs não seriam homens nem mulheres e sim o terceiro sexo e credita- se a elxs o poder de abençoar ou amaldiçoar, por isso em seu país - encontrei relatos de sua aparição, também, no Paquistão, na Índia elxs se concetram ao norte -, a violência contra essa representação é vista como mau augúrio.

Quando chegam a casamentos ou batizados, o que fazem com muita música e dança e sem terem sido convidados, ficam pouco tempo e levam suas bençãos em troca de pagamento de prendas ou dinheiro que geralmente são pagos uma vez que se acredita piamente em seus poderes.

Mas quem são e como se tornar um Hijra?

Na Índia, com a obrigação dos casamentos por questões sócio-culturais, a impotência masculina é vista como uma grande desonra para um homem, que com receio da vergonha social, por não procriarem, oferecem suas genitais para a deusa Bahuchara Mata e dessa forma realizam a castração.

Há muito séculos esses rituais acontecem. Atualmente os pais, ao perceberem traços de feminilidade em seus filhos ou deformações em sua genitais os entregam nas casas de Hijras para que possam crescer como ux delxs e assim viver o destino reservado aos efeminados.

Como não são consideradxs gays não sofrem a mesma discriminação que esse grupo. Há também uma representação parecida, mas com algumas particularidades, na Polinésia Francesa (se não estiver enganado!). Vou dar uma pesquisada e escrevo sobre elxs numa outrasoportunidade.

Falando em gays e Índia...

... de acordo com sites nacionais o príncipe indiano, e gay assumido, Manvendra Sing Gohil, 43 anos, estará em São Paulo para participar da Parada do Orgulho. Conhecido como Pink Prince, por morar em uma castelo rosa, foi casado e sseparou-se no fim dos anos 90. Ele saiu do armário em 2006 quando foi deserdado pelos pais mas, reataram, após um entrevista do príncipe à apresentadora Oprah que causou boa impressão.

Ele também é responsável por uma fundação de ajuda à pessoas com HIV/AIDS e diz que procura um amor, mas que está difícil arranjar um em seu país devido sua posição - ele acha que os prtendentes estão de olho em sua posição - e diz que é impossivel uma parada como a do Brasil em seu país devido as convenções sociais e diz que devido a obrigação do casamento muitos gays vivem infelizes, inclusive nas famílias reais.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Troca de Família

O reality Troca de Família da Record, traz nessa semana história de uma dominatrix que troca com uma mãe do pantanal! O programa é um dos melhores no ar desses tempos, muito bem produzido, fotografia boa, edição boa, um lusho só!

Vale a pena conferir. O próximo capítulo é quinta-feira e promete! Pelo que vi hoje a coisa tá tensa e a Vera, que é que foi pra casa dos fetichistas, está muito desconfortável nesse novo mundo! Essa é uma boa oportunidade para descobrir um pouco mais do mundo sadomasô.

Vamos ser ridículos! Vamos nos vestir de mulher!


Faz tempo que não escrevo nada, ando meio preguiçoso e cheio de coisas pra fazer. Combinação explosiva essa, vocês não acham?

Na última semana o grande assunto no mundo do futebol não foram as grandes contratações ou a atuação de Ronaldo, e sim, um vestido rosa. Isso mesmo, um vestido rosa usado nos treinos do Figueirense.

De acordo com o que foi noticiado os jogadores do time fizeram um acordo de que, aquele que treinasse mal num dia usaria o vestido no treino seguinte como forma de castigo. A técnica do time foi classificada com ineficiente e mico, mas não lembro de ninguém falando que se trata de uma agressão.

No documentário Como diz a biblía, há uma cena de um filme, com o Denzel Washington, em que um treinador, como forma de humilhar seus jogadores, após uma derrota os chama de "menininhas". Essa postura não é apenas ficcional, na verdade é bastante utilizada seja entre os profissionais ou nos times escolares. O que ninguém questiona é que esse tipo de atitude não é apenas uma forma de desmoralizar um menino ou homem mas é, também, uma violência terrível contra o feminino.

Vivemos em uma sociedade onde o feminino é sempre visto como o menor, o fraco, o subordinado, o passivo e tantos outros adjetivos de desqualificação que possamos imaginar. A forma de maior humilhação para um garoto ou homem é ser taxado de mulher ou de alguma coisa que o aproxime do ser feminino. Essa é uma coisa que já esta, infelizmente, institucionalizada.

No carnaval por exemplo, os blocos invertidos, são blocos onde não há homens vestidos de mulheres, mas homens que se permitem ridicularizar através de signos femininos. Se vestir de mulher nesse caso nada mais é do que uma chacota. Os trejeitos, as roupas, a pintura, tudo ali é usado de forma a colocar aquele que topa essa brincadeira numa situação ridícula.

Inclusive este carnaval, numa publicidade de cerveja, aparece uns caras vestidos de mulher na hora em o off diz "No carnaval podemos ser ridículos.". Ridículos é isso! Ser feminino em nosso país é ridículo. Temos que ser brutos, é isso que vale. É esse o correto.

Tá na hora de começarmos a ter posturas mais duras em relação a esses abusos. Alguns poderão até dizer que eu preciso de um pouco mais de bom humor, mas não é isso, humor eu tenho, mas algumas coisas precisam ser vistas e ouvidas com um pouco mais de atenção.

Agora uma coisa eu não entendo: Será que um vestido rosa vai fazer os jogadores melhores? Eu pergunto isso porque acho estranho que até hoje muitos deles, mesmo usado gloss, esmalte nas unhas, creminhos e uma pá de frescuras continuem jogando mal.

O quê? Vocês nunca perceberam como o mundo do futebol anda feminino? Em que mundo vocês vivem?



sexta-feira, 6 de março de 2009

Sobre aborto e direitos das mulheres


Essa semana um fato ganhou destaque na imprensa nacional. Um homem foi preso em Alagoinha, interior de Pernanbuco, por supeita de abuso sexual contra sua enteada de 9 anos. A violência só foi descoberta após a menina ter sido levada a uma consulta médica para tratar de dores na barriga. Na consulta veio a surpresa: constatação de gravidez de 15 semanas e de gêmeos.

De acordo com a polícia a criança era abusada desde os 6 anos de idade. Descobriu-se também que o padastro abusava de sua outra enteada de 14 anos. Ele foi preso em um matagal quando se preparava para fugir para Bahia.

Há algum tempo eu venho querendo escrever sobre aborto mas, venho adiando, achava que não devia escrever por escrever. Falar sobre aborto implica em falar sobre uma série de questões que o permeiam, muitas delas, espinhosas e conflitantes. Por isso tenho esperado o momento certo para escrever sobre.

Primeiro quero deixar claro que sou a favor da legalização da prática no país. As mulheres que optam pelo aborto devem ter o direito de fazê-lo com toda segurança e não mais se submeterem a ilegalidade que faz com muitas percam suas vidas em clínicas clandestinas. Hoje no Brasil aborto legal só em casos de estupro, risco de vida para a mãe e bebês anecefálos e, ainda sim, depois de uma burocracia imensa.

Em segundo lugar mesmo sendo a favor da legalidade em qualquer caso, não concordo integralmente com a adoção dessa medida. Acredito que é preciso, em algumas situações, mais responsabilidades nas relações sexuais. Não dá mais pra aceitar, e acreditar, que as pessoas não se previnam. Camisinha e metódos anti-contraceptivos estão a disposição da população e servem, principalmente, contra DST's. Opnião pessoal que não interfere na forma como analiso a coisa.

Os números mostram que a cada ano mais mulheres morrem em clínicas cladestinas em todo país ao recorrerem ao aborto. Muitas dessas clínicas não oferecem nem segurança e nem profissionais capacitados para realização do procedimento. O número de casos onde o aborto é bem sucecido é ínfimo em relação as complicações e ao número de óbitos. Obviamente que as mulheres que mais sofrem essas consequências são as com menor poder aquisitivo- não quero aqui entrar em uma discussão muito recorrente sobre vista grossa ao aborto nas classes mais altas -, e com menos instrução.

As complicações ocasionadas por essa ilegalidade causam, além de traumas físicos, constragimentos morais às mulheres que procuram o sistema de saúde pública para atendimento e tratamento de abortos que deram errado. Aqui faço uma resalva e chamo atenção para a violência que muitas mulheres, que sofrem aborto espontâneo, são submetidas no SUS. Muitos profissionais da saúde, independente do cargo ou posição, simplismente por preconceito tratam as pacientes como as mais vis criaturas da face da terra e as pressionam para "confessarem" que na verdade abortaram. Nada justifica esse comportamento. Aborto não é tão simples. Seja ele espontâneo ou não essas mulheres não podem e nem devem ser tratadas de forma humilhante nos hospitais públicos do país.

Também não há porque aceitar a intromição de organizações, religiosas ou não, nesse assunto que diz respeito apenas a mulher. Temos exemplos de casos onde, pricipalmente a igreja católica, emperra o processo, causando ainda mais constrangimentos, na tentativa de barra na justiça o procedimento. Alguns anos atrás a igreja consegui protelar na justiça o procedimeto em uma mulher que gestava um bebê anecefálo. A mulher dizia que estava apavorada por não podia imaginar como seria aquela criança e queria abortar porque começou com pesadelos em que seu filho nasceria com deformações.

Teve também o caso de uma mulher cuja decisão judicial pelo aborto saiu após ela ter tido a criança e ter falecido. Além do caso do padre que foi para frente de algum lugar que não lembro com algumas crinaças e questionava se elas, cujas mães haviam sofrido estupro, eram aberrações. Constrangimento duplo!

No caso dessa semana a igreja, na pessoa do arcebispo de Olinda e Recife, também se manisfestou e como não impediu o aborto excomungou todos os envolvidos com exceção da criança. Constata-se aqui mais uma forma de poder exercido sobre as mulheres e seus corpos. Não basta o Estado eleger quais casos podem ou não realizar aborto, tirando da mulher essa escolha, tem também a interferência religiosa, que precisa ser barrada em assuntos de estado, afinal somos um país laico! E só uma pergunta: cadê o livre arbítrio que ela tanto prega?

No caso de um aborto, há não ser que tenha realizado o procedimento, um homem nunca é condenado! E antes que alguém diga que homem não engravida lembro que a espécie humana não se reproduz por partenogênese! E que se fossem investigados descobriria-se que muitas mulheres que comentem aborto foram abandonadas! E acho que não preciso explicar muita coisa com o que quero dizer com isso.

O uso do recurso da excomunhão foi bem baixo, né? Utilizar-se dele em uma país onde a população professa sua fé, independente da crença, de forma tão calorosa é no minímo apelativo. O mais engraçado é que ao ser questionado sobre a excomunhão do padastro e abusador o arcebispo disse que ele cometeu um pecado gravissímo mas não ia ser excomungado porque a igreja não prevê excomunhão nesses casos e que o aborto era um pecado mais grave que o dele! Xocrível, não? Será que mandar ele tomar no cu me excomunga também ou será que eu tenho que ser mais escroto que ele e sua declaração?






quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

"Don't Divorce Us"


Em maio de 2008 a Suprema Corte do Estado da Califórnia, nos Eua, legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A autorização durou seis meses, até as eleições, quando também foi votado a chamada Proposição 8, que voltou a impedir as uniões.

Foram seis meses em que 18 mil casais foram beneficiados. Alguns já viviam juntos a muitas e muitas décadas - quem não lembra das duas senhorinhas trocando um beijo que foi veiculado aos montes nas televisões brasileiras?

Esses casais agora vivem a incerteza da legalidade de seus casamentos, isso porque, um advogado chamado Kenneth Starr, entrou com um recurso que pede a anulação de todas as uniões. Esse cara foi o mesmo que deu entrada ao processo de impeachment contra Bill Clinton.

Como eu disse em um post anterior o casamento não é uma causa consensual entre os ativistas da causa LGBT, entretanto, e principalmente nesse caso, é a garantia de que milhões de pessoas terão seus direitos de cidadãos assegurados. Não faltam exemplos, principalmente quando um dxs companheirxs morre, de como os benefícios que o casamento traz fazem falta na vida de LGBT's.

Para tentar sensibilizar a opinião pública a Courage Campaign produziu um vídeo chamado Fidelity, com fotos das pessoas que conseguiram suas uniões segurando cartazes com a frase "Please don't divorce us". A cantora russa Regina Spektor cedeu a música título.

Uma outra organização como forma de protesto resolveu disponibilizar um aplicativo com os nomes, endereços e quantia doadas em favor da Proposição 8. Essa atitude foi duramente criticada inclusive por militantes.

Bom o vídeo mexeu comigo (não sei se é porque tô meio fragilzinho, sabe?). Curtam ! Link abaixo!

Campanha Não Homofobia só tem 3% das assinaturas


Gente como assim? A campanha pela aprovação da PCL 122/06 até agora só consegui 3% das 1 milhão de assinaturas que precisa!

Eu peço aos que leem o blog, e a maioria são amigos, que me ajudem a divulgar essa campanha. Por favor aqueles que também são bloqueiros coloquem o link da campanha em suas páginas. Não importa o que você seja ou quem você leva pra cama. Essa campanha é muito importante. É uma campanha contra a violência que muitos são submetidos cotidianamente. Não dá mais pra tapar os olhos para o mal que a homofobia causa na vida de milhões de pessoas no Brasil e no mundo.

Isso é um apelo ao bom senso. Pode parecer piegas todo esse discurso, mas é preciso que todos, todos mesmo se mobilizem nessa luta! São amigos, irmãos, parentes, colegas de trabalho, professores, conhecidos e desconhecidos que são alvo de violência gratuita simplismente por serem lésbicas, gays, transessuais, travestis, bissexuais ou viverem um outro arranjo que não o considerado padrão!

Homofobia é sujo! Homofobia é vulgar! E ser omisso é, também, uma forma de compactuar com essa realidade.
https://www.naohomofobia.com.br/home/index.php

Valentine's Day é comemorado com bafão na China!


No último sábado, 14 de fevereiro, foi comemorado o Valentine's Day, que seria o dia dos namorados aqui no Brasil, em diversas partes do globo. Na china, cerca de 30 gays e lésbicas, fizeram um protesto próximo a Tiananmem em prol do casamante entre pessoas do mesmo sexo no país.

Durante a manifestção, que foi observada de perto pela polícia chinesa, como não poderia deixar de ser, foram feitas fotos que simulavam falsos casamentos, enquanto eram lançados suspiros, sorrisos e olhares zangados ao passantes, que também receberam uma rosa e um papelote rosa com um pedido de apoio à causa. De acordo com a organização em outras três cidades ocorreram eventos similares.

De acordo com alguns dos manifestantes ouvidos a homossexualidade é desconhecida na China. Parece que lá o sentido de invisibilidade é levado aos extremos.

Manisfestações como essa não são novidade. Nos Eua ativistas lotam os cartórios de suas cidades e dão entrada com o pedido de casamento. Inclusive há alguns documentários que mostram essa empreitada.

Vale ressaltar que o casamento não é consenso entre ativistas da causa. LGBT Para muitos deve-se procurar uma outra alternativa de regularização das relações homoafetivas que dê aos parceiros os mesmos direitos que um casamento heteressexual estabelece.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Beijaço em Salvador


Nesta quinta-feira, 12, cerca de 10 casais gays protestaram, em forma de beijaço, em frente ao Shopping Iguatemi em Salvador. A manisfestação, promovida pelo Grupo Gay da Bahia, foi contra discriminação à LGBT's.

Na segunda, 9, um casal gay foi reeprendido no shopping por estar se beijando (novidade!). De acordo com a administração do shopping - que possivelmente tem como clientes que mais gastam gays -, a segurança chamou a atenção do casal porque outros clientes se sentiram constrangidos por verem dois gays se beijando em público. O shopping nega qualquer ação discriminatória. O casal prestou queixa.

Ok, da próxima vez que for ao shopping eu irei reclamar na administração se esbarrar em algum casal ht se beijando. Quero ver o que rola! Eu juro que vou fazer isso!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Versões de violência... Parte II

"Coercing or leaving
Shutting down and punishing
Running from rooms, defending
Withholding, justifying"

Versions of violence - Alanis Morissette


Continuando o assunto do post anterior. Mudam os personagens, o país, os motivos e até o continente. Apenas a estupidez é a mesma.

Dunbendorf, pequena cidade próxima à Zurique, Suíça, noite do dia 9 de janeiro, segunda-feira. Paula Oliveira desce na estação de trem da pequena cidade. Grávida de três meses, ela espera gêmeos. Ela seguia para casa onde reside com seu companheiro. Paula é de Recife. Vive na Suíça por causa do trabalho.

Uma cena comum. Uma pesoa de volta a sua casa após o trabalho, certo? Certo. A rotina continuaria sem alterações se ela não tivesse sido atacada antes de chegar em casa. Agredida com soco e ponta pés, verbalmente, moralmente. Teve o corpo todo cortado por estiletes. Os suspeitos? Três homens brancos, carecas e que tinham suásticas nas cabeças. Neonazistas. Além de toda violência também sofreu aborto.

SVP. Essa é sigla que pode ser vista nas pernas e barrigas da brasileira.É referência ao UDC, partido politíco. O mais popular. O que ganhou as eleições federais no fim de 2007. Que possui uma ala conservadora. Que tem partidários xenófobos.

Primeiro mundo? Talvez seja. Civilizado? Nem.
Cartaz do UDC

É fato que muitos europeus não veem com bons olhos imigrantes em seus países, principalmente os que trabalham. Eles acham que essa "praga" usurpa seus postos de trabalho, além de outros tantos argumentos.

A polícia não tem pistas dos agressores, além da descrição feita pela vitíma, neonazistas, como indicam as suásticas em suas cabeças. É incrível como um simbolo pode ser usurpado e re-codificado se tornando uma das referências mais imundas que se pode ter de alguém. A suástica é um simbolo muito antigo que significa boa sorte, violado, hoje em dia é mais lembrado como a cruz que simboliza o nazismo. É comum que participantes de grupos nazista se neonazistas, a tenham em seus corpos como adorno.

"Ah mas esse tipo de ataque não acontece no Brasil, não tenho com que me preocupar", alguns pensariam. Errados. Eles acontecem aqui sim. Em São Paulo, por exemplo, um grupo desses idiotas atacou e matou um adestrador de cães em um parque. O motivo? Ele era gay. Mas esse é só um exemplo. Poderia citar tantos outros. No geral eles tem como vitímas negros, gays e nordestinos. Difícil imaginar isso no Brasil, né? O país que respeita as diferenças. . . para eles esses ataques são diversão.

As fotos de Paula podem ser vistas em vários sites. Decidi não postar nenhuma. Acho que seria continuar com a violência, sabe?


Versões de violência...

"These versions of violence
Sometimes subtle sometimes clear
And the ones that go unnoticed
Still leave their mark once disappeared"

Versions of Violence - Alanis Morissette



Esse não é um texto sobre a Alanis Morisette. É um post sobre Rihana, Chris Brown e gente idiota.

Rihana e Chris Brown, creio eu, dispensam apresentações. São dois astros da música internacional. Ela, 20 anos, bombou, e bomba, nas pistas de dança. Ele, 19 anos, cantor de R&B, músicas nas paradas, clipe na MTV.

Pois bem, no sábado, 07 de fevereiro, após a festa Pré-Grammy de Clive Davis, um telefonema, anônimo, informava à polícia de Los Angeles que uma mulher estava sendo agredida dentro de um carro. Ao chegarem ao local, os policiais constataram que a vítima era a cantora. De acordo com infromações da imprensa internacional, ela ficou bastante machucada após ter sido agredida por socos e dentadas , desferidos por Chris Brown, que logo após teria se entregado a polícia.



Bom o resto como se diz é história. Por serem um dos casais mais conhecidos da música pop, não tardou para que o caso se tornasse manchete de jornais, revistas, sites. Veículos especializados em fofoca ou não. Em música ou não. Shows cancelados, participações canceladas, contratos cancelados, festa de aniversário cancelada.

De acordo com os relatórios policiais ele não teria agredido Rihana apenas fisíca e verbalmente - e muito possivelmente moralmente! -, mas, também, ameaçado a cantora de morte com arma de fogo, além de usar a chave do carro pra feri-la.

Os assessores do cantor negam que ele tenha usado arma. De acordo com as fontes oficiais de Chris Brown, ele usou, apenas, os punhos na hora da briga. Obviamente esse fato ameniza a situação toda.

Muita coisa foi falada sobre os motivos que levaram o cantor a tomar tal atitude. Mas há motivos pra socar uma mulher e deixa-lá toda fudida? Algumas dão conta que a briga teria se iniciado por que ela teria ficado com ciúmes de uma msn que ele recebou, outras de que houve traição dela. No meio disso tudo especulações e mais violência.

Ao ler um dos blogs que habitualmente acompanho fiquei "sei lá, sabe?", com alguns comentários de outros leitores. A vulgaridade na página de comentários ia desde a comparação do caso com o da, também cantora, Whitney Houston, até a normalização da coisa por ele ser negro e com "cara de favelado". Tudo em tom de bricadeira e acompanhado dos famosos KKKKKKKK... tão comuns. Um ou outro leitor se colocou contra essa baixaria. Outros ficaram horrorizados com a situção. Alguns estão desesperados para ver as fotos da cantora e questionam por que nenhum policial ainda não as colocou na internet e por ai vai. Ah e claro! Tem também aqueles que acham que "essa cantorazinha bem que merece, quem sabe ela cale a boca dela agora".

Esse episódio deixou de ser apenas sobre violência contra uma mulher. Alguns cometários se mostraram racistas, outros discriminatórios e a grande maioria colocava seus autores na mesma posição do Chris Brown! Sim alguns cometários são tão violentos quanto as porradas que o cara deu nela! Alguns comentadores são tão porcos e imundos quanto ele e infelizmente essa é a realidade. Nossas mulheres, mães, irmãs, tias, primas, amigas, esposas e todas as outras que não fazem parte do nosso convivio, são violentadas todos os dias das mais diversas formas, e esse caso é um bom exemplo de como quem está de fora é tão criminoso como aquele que comente a violência direta!

Essa música chamou minha atenção desde que a escutei pela primeira vez e foi a primeira coisa que me veio a cabeça quando comecei a ler aquela página de comentários. Entre muitos cometários um ainda alerta para aqueles que sentem dó da situação irem procurar uma ONG ou coisa do tipo, que violência não é legal e tal, mas que ali essa situação não passa de piada.

De acordo com a equipe que fez o atendimento à cantora ela estava bastante machucada, mas as porradas, felizmente, deseparecem, apesar de nem serem o pior nessa situação.

E eu não sou fã da Rihana e isso não me impede de sentir vergonha alheia!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Beijaço contra Homofobia


Essa dica é do amigo Mayco Fabricio, lá de Cuiabá-MT.

Uma galera independente tá mobilizando para organizar um beijaço na cidade no dia 19 de fevereiro, a partir da 0h, na casa noturna Choros & Serestas.

No dia 20 de dezembro de 2008, uma turma de amigos estava na Choros e Serestas, quando foram "informados " pela proprietária que, beijos entre iguais, não era uma conduta apropriada em sua casa, apesar de estarmos "no séc. XXI". A situação toda foi porque na mesa havia um casal de meninas se beijando, coisa que muita gente que frequenta o bar não aceita e que poderia sugerir que ali era um" ambiente GLS".

Obviamente que depois dessa eles fecharam a conta mas não deixaram a coisa por isso mesmo! No caixa mais uma vez questionaram aquela postura claramente estúpida, e mais uma vez a senhora reafirmou sua posição e disse que "nas quintas-feiras é o dia em que o público é mais cabeça aberta." . Isso porque às quintas a frequência no bar é, principalmente, de universitários.

Não há lei que proíba demonstrações de afeto entre LGBT's em ambientes públicos! Esse é só mais um exemplo de como pessoas são sistematicamente violentadas em seus direitos devido suas orientações sexuais. Como as duas meninas de Cuiabá, muitas outras pessoas são constrangidas país afora todo os dias e silênciam para que a coisa não se torne ainda mais constrangedora! É possível que todos conheçam pelo menos uma pessoa que já sofreu algum tipo de agressão por sua condição sexual.

Essas agressões infligidas por policiais, politicos, religiosos, pais e mães, médicos, colegas de classe, chefes, donos e empregados de diversos tipos de estabelecimentos, são constantes e justificadas por uma moral porca que conduz as relações em nossa sociedade!

Vamos dar um basta nisso! Não devemos esperar levar um tapa ou coisa pior para denunciar essas práticas, que há muito tempo, têm se estabelecido como legais. Não podemos continuar aceitando esse tipo de violação aos direitos LGBT's.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Grife Italiana causa polêmica em nova campanha


A Relish, grife Italiana, gerou batante polêmica ao lançar a campanha de divulgação de sua nova coleção, ao mostrar duas mulheres sendo revistadas, de forma nada convencional, por dois policiais militares em praias da zona sul carioca.

A campanha está sendo veículada em outdoor's nas ruas de Napóles, onde organizações feministas e a prefeitura se manisfestaram contra ao que tem considerado um abuso e um desrespeito às mulheres.

O CEO da empresa, Alessandro Esposito, assinou nota nesta segunda-feira, onde pede desculpas e afirma que nunca foi intuito da grife representar a mulher como objeto ou apoiar violência contra elas. A campanha baseada no filme "Thelma e Louise", foi planejada em dezembro antes dos casos de violência contra mulheres naquele país.

Esposito também afirmou que o uso de imagens fortes é bastante comum no mundo fashion, como forma de gerar polêmica, mas disse que diante dos fatos não podia deixar de vir a público pedir desculpas. Mesmo tendo divulgado a nota a campanha continua.

NO BRASIL

Mas não foi apenas na Itália que a campanha gerou reações negativas, ONG's pelos direitos das mulheres, Secretaria de Turismo Municiapal do Rio de Janeiro e Comando da Polícia Militar manifestaram total repúdio as peças. O comando da Polícia Militar classificou acampanha como desrespeitosa e afirmou que as fardas usadas pelos modelos eram falsas - fica dúvida: desreipeitosa pelo usa das fardas ou pelo conceito -; A Secretaria de Turismo lamentou o que considerou uma afronta à cidade do Rio e aos cidadãos cariocas.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que apoirá qualquer medida tomada pelo Riotur, e que achou acampanha de mau gosto e que deve ter alguma coisa de fetiche sexual, ou seja, ela apoia qualquer ação, mas enquanto prefeito não fará nada.É né?


Cartilha distribuída pela Prefeitura de São Paulo causa indignação no meio LGBT


"Um dos jogos sexuais praticados pelos meninos é o vulgarmente conhecido como "troca-troca" que, quando descoberto pelos adultos, costuma gerar dúvidas e preocupações quanto a uma possível identificação homossexual na vida adulta... entre os participantes ou quando, por pressão do grupo ou por vontade própria, o jovem passa a ser sempre o passivo; a permanência nessa passividade pode tornar o púbere um homossexual". As palavras da pediatra Ligia Nóbrega Reato, autora do artigo "Desenvolvimento da Sexualidade" que faz parte do Manual de atenção a saúde do sadolescentes, distribuido em postos de saúde da cidade de São Paulo.

O manual, datado de 2006, teve distribuição durante este semana e causou indignação entre Associações e ONG's LGBT's, que enviaram oficío a secretaria Municipal de Saúde notificando o ocorrido e exigindo que o material seja recolhido e passe por revisão.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Transexual Alemã é a pessoa mais jovem a realizar cirurgia de transgenitalização


Lembro, que quase no fim de 2003, ao folhear uma Veja me deparo com a foto de uma garotinha alemã de cabelos vermelhos encostada à uma árvore. A legenda da foto, que fazia parte de uma matéria que ocupava um lado de página, informa que se tratava de Tim, ou melhor Kimberly, 13 anos, que numa decisão inédita tornara-se a pessoa mais jovem a receber autorização para os procedimentos de transgenitalização um ano antes.

O texto dizia que desde muito cedo Kim, como é conhecida socialmente, sempre manisfestou comportamentos "típicos de meninas", na escola ou na família. Com a chegada da adolescência também chegaram os conflitos. De acordo com fontes da revista, Kim começou a entrar em pânico com as mudanças que se manifestavam e a família decidiu entrar na justiça para que a garota começasse seu processo de adquação(?) corporal. Um tribunal de Frankfurt deu ganho de causa e ainda naquele ano Kimberly começou com o tratamento hormonal e o acompanhamento psiquiátrico e psicológico que fazem parte dos procedimentos nesses casos.

A decisão do tribunal determinava, também, que o último passo do tratamento não se realizasse antes que Kim completesse 16 anos. Pois bem agora, quatro anos depois do inicio de um longo tratamento, Kim torna-se a transessual mais jovem a passar por uma cirurugia de transgenitalização.

A cirurgia ocorreu em segredo mês passado em um hospital universitário em Frankfurt e foi realizada após autorizão da justiça baseada em um parecer dos psicólogos que a acompanharam durante todo proceso. A autorização geral muita polêmica.

Em entrevista ao "Sun", Kim disse que não vê a hora de colocar seu biquini preferido e sair para nadar. A jovem, que trabalha como modelo e já gravou um cd, contou ainda que desde os 2 anos de idade já sabia que queria ser menina e que ao ser questionada como é ser mulher, responde que sempre se sentiu como uma.

A cirurgia de transgenitalização é uma das demadas das e dos transessuais em todo mundo, entretanto, diferente do que muitos imaginam não é uma alternativa que todos buscam. Muitxs transessuais lutam pelo direito ao reconhecimento legal de seus gênero sem a necessidade da cirurgia.

No fim do ano uma jovem transexual argentina ganhou na justiça o direito de mudança de nome e gênero em documentos oficiais sem ter passado por mudança de genitália. No Brasil o "tratamento" dura dois anos e não garante que a/o candidatx tenha direito a mundança de genital.

A transgenitalização é a forma que muitxs transexeuais enxergam como única saída para se tornarem inteligentes socialmente, isso porque, a identificação gênero/genital é a forama como se estrutura as relações sociedade/corpos. No Brasil xs transexuais que passam pelo procedimento de transgenitalização ao terem seus docomuntos oficiais mudados percebem que onde deveria haver o "gênero condizente com os corpos" encontram: Homem transexual(de homem para mulher) e Mulher Trasexual (de mulher para homem).





terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Revista DOM muda de editora


Em comunicado na tarde de ontem, 03 de fevereiro, que a partir de março volta a circular em banxas de todo o país a revista DOM - De Outro Modo. A revista não será mais comercializada pela Editora Peixes, responsável pale comercialização da revista até dezembro. A partir de sua próxima edição a revista passa para a Fractal, a mesma da GMagazine.

De acordo com Agusto Lins Soares, idealizador da revista, em comunicado à imprensa o projeto de DOM não sofrerá mudanças em sua estrutura e equipe de produção.



Fonte: A Capa

sábado, 31 de janeiro de 2009

"Não Homofobia" é lançada no Fórum Social Mundial


O Grupo Arco-Irís de Cidadania, lançou esta semana no Fórum Mundial Social, a Campanha Não Homofobia, que tem por objetivo colher um milhão de assinaturas em apoio ao PCL 122/06, que criminaliza a homofobia em território nacional.

Tá na hora de dizer chega a essa covardia. Vamos todos nos unir contra essa vergonha e assinar o abaixo-assinado. É rapidinho e estaremos contribuindo para redução da violência contra LGBT'S no país!

Nova campanha da Calvin Klein cheia de pegação


Mais uma vez a Calvin Klein abusa de sensualidade em uma campanhia. Os novos anúncios da coleção de jeans da marca, feitos para tv, têm causado polêmica ao mostrar meninos e meninas nos mais diversos arranjos em cima de um sofá trajando apenas calças e shorts. Eu não achei nada de mais nas cenas . Inclusive o comercial está, até, comportado pros padrões CK. E vocês o que acham?

Uma das perigosas do comercial é o a Top brasileira Marcelle Bittar, que eu acho um lushow de bela!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Show da Alanis em Teresina



Eu me lembro muito bem da festa de 15 anos em que eu, pela primeira vez, escutei e ouvi falar sobre Alanis Morissette. Eu simplismente odiei aquela voz, aquelas músicas, a capa do cd - nesse caso o Jagged Little Pill -, mas por alguma razão ao pedir um cd emprestado à aniversariante foi justamente esse que acabou vindo comigo para casa.

Não lembro ao certo mas, durante algum tempo, ele ficou esquecido entre outros cd's. Um dia ao ser questionado quando iria devolvê-lo resolvi que era a hora de escutar e ver qual era a da cantora de cabelos compridos que tocava gaita. Escutei uma, duas, três... e esse cd ficou comigo por quase seis meses (ou mais). Pronto começava ali minha paixão absoluta pela Snrª Morissette.

Não foi muito fácil encontra o JLP para comprar mas depois de muito procurar encontrei-o em uma lojinha na semana do meu aniversário! Depois dele os outros dois - Supposed Former Infantuation Junkei e Unplugged - vieram lhe fazer companhia até o fim de 2000.
Capa do meu primeiro cd: pelo estado dá pra ver o quanto sofreu

Eu nunca pensei, em toda minha vida, que veria um show da Alanis no Brasil, imagine em Teresina! Quando soube, através de amigos, não acreditei e ri da cara deles, que haviam lido à respeito em algum portal. Mas aconteceu. E foi na quarta-feira, 28 de janeiro de 2008. E eu só acreditei quando a vi no palco nos primeiros acordes de Uninvited.

Baixinha, magrinha ( bem diferente da vaca que se via nas fotografias e que se apresentou no Rock Rio Madri do ano passado), branquela, parecia que ia quebrar. Mas era só engano. Assim que a música começa as "alanices" afloram e rodopios e pulos são constantes. Enquanto alguns estavam putos porque cambistas vediam ingressos ao valor de 10$ (detalhe: de acordo com o pessoal de Teresina, sempre que há show os cambistas aproveitam para passar a mão no povo que, ao que parece, deixam para comprar seus ingressos no hora. Não foi o que aconteceu dessa vez.), ou conversavam, eu estava ali atento a tudo que se passava no palco.

O show começou com as primeiras estrofes de The Couch, uma das canções mais complicadas e longas da carreira da cantora. Depois segue Uninvited, Not the doctor, ironic e muito de JLP, algumas do Supposed , uma de Under Rug Swept e Tapes, Moratorium, Not as We e Versions of Violence, que fazem parte do cd Flavors Of Entanglement.

Ela mandou ver, cantou com a voz linda, tava empolgada, na banda os caras mandam muito bem são músicos do caralho, as músicas fluíram como deveriam, não consegui perceber a lotação da casa estava concentrado no show, nem o calor tipíco que faz em lugares que pouco chove depois da chuva me desconcentrou da maravilha que era ver Alanis ali na minha frente. Ela estava feliz e eu também!

Mas nem tudo foram flores. No Front Stage, por exemplo, tinha gente que desencanou do show do show e começou a conversar. Claramente muitos estavam ali por se tratar de um show "internacional em que a cidade inteira vai estar, tenho que dar close por lá!", além claro dos "fãs" que só escutam JLP. No geral a galera se empolgou com os grandes hit's: You Learn, You Oughta Know, Head Over Feet e Ironic. Mas nem essa apatia, apagou o sorriso e a disposição da cantora, ou o meu e de outros que pularam, gritaram, cantaram durate toda apresentação.

No final também senti falta, e achei um erro gravissímo, de músicas do So Called-Chaos, e fiquei com a impressão de que ela, Alanis, precisa começar a deixar de ser preguiçosa e ensaiar outras músicas, priorizando outros cd's, que não o supracitado JLP, e músicas que ela nunca canta ou deixou de cantar faz tempo.

Mas tudo valeu a pena! E eu faria tudo de novo e de novo e de novo...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Alanis no Brasil



Começa hoje, 21 de janeiro, a primeira das 11 apresentações que a cantora canadense Alanis Morissette fará no Brasil. O show dessa noite será na capital amazonense, onde a cantora encontra-se desde o último domingo, 19.

Além de marcar o início da maior turnê da cantora no país, o show de hoje é também o ponta-pé inicial da Tour América Latina, que passará ainda pela Argentina e México. Dessa vez Morissette também quer aproveitar um pouco mais do país como tem declarado a veículos de comunicação nacionais. em Manaus ela nadou com botos e cantou com crianças de uma aldeia indígena. Ainda na manhã de hoje alguns fãs manauaras conseguiram tirar fotos com acantora no hotel onde ela encontra-se hospedada.

Os shows que serão apresentados em capitais brasileiras fazem parte da turnê de divulgação do cd Flavors of Entanglement. (Fotos: Alanis Brasil)

Agenda:




UPDATE:
No site oficial já estão as fotos da cantora em passeios por Manaus!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Desfile com cheiro de giz

O mais teatral de todos os estilitas brasileiros, o mineiro Ronalddo Fraga, roubou a cena no segundo dia de SPFW. Com uma coleção que homenageia o fundador do teatro de bonecos Giramundo, o também mineiro Álvaro Apocalypse, Ronaldo levou para passarela toda a magia de Giz, espetáculo de 1988.
Tudo é risco de giz, nome da coleção apresentada ontem, 19 de janeiro, não é a primeira homenagem feita por Ronaldo. Em sua última coleção, Verão 2008, ele levou ao palco toda magia do universo de Nara Leão, com direito a trilha sonora ao vivo, cantada por Fernanda Takai do Pato Fu.
Dentro do universo Giz, o velho e o novo são representados como as pontas de um traço de giz, por isso a escolha do casting formado de senhorinhas e senhorzinhos e acompanhados de uma trupe de crianças, que desfilaram as criações do estilista entre monstros-marionetes.
Ao fim do desfile muitos espectadores foram as lágrimas e Ronaldo foi aplaudido de pé!


Quem disse que a galera da terceira idade não fica bem na passarela?

Foto: Nina Jacobi

domingo, 18 de janeiro de 2009

Sobre mulheres e traição


A Favorita acabou na sexta-feira, 16 de janeiro, mas ainda vai render por algum tempo. Várias coisas me chamaram atenção na novela. A maneira como o autor, João Emanuel Carneiro, encaminhou a trama foi muito bem-vinda, principalmente para dar um freesh no formato.

Entre tantas tramas que foram desenvolvidas no folhetim o triângulo amoroso Damião-Dedina-Elias foi um dos que mais me chamou atenção. Em uma novela onde o autor se propôs contar estórias sobre gays, mulheres que deram um basta na situação de violência em que viviam, mulheres independentes, gravidez independente, situações que ainda causam muito desconforto e que a maioria prefere varrer para debaixo do tapete, me chama atenção que a questão da traição feminina tenha sido conduzida da forma que foi.

Foi muito bom ver uma mulher trair sem cair no lugar comum. Não havia ali as razões esperadas para que isso acontecesse, era apenas tesão e pronto! Amor? Sim ela tinha, pelo marido! O outro? O outro era apenas uma boa foda, uma diversão. Sim, a Dedina estava interessada apenas na foda que o Damião poderia proporcionar a ela ao mesmo tempo, em que, era só mais uma aventura do Damião e esposa de Elias.

Com o desenvolvimento da trama o que se viu foi a escolha da personagem como única a estar na condição de traidora. Como fas? Por que isso? Quer dizer que os outros dois "ok, somos homens, sabe como é?" ? Meu cú! Não dá mais para aceitar esse tipo de coisa!

Todos ali estavam em condições iguais. O Elias era apenas esposo da Dedina e assim que a chutou de casa tratou de retomar seu romance com a mulher que ele realmente queria. O Damião era amigo do outro e não pensou nisso quando "se deixou seduzir". E ainda tinha a Greice, que em seus discursos, esquecia sempre que "seu homem" a tinha traído.

Todos os insultos, todo sofrimento e toda humilhação foram direcionados para aquela mulher casada que decidiu fuder por tesão. Os outros? Bom os outros seguiram suas vidas: um como a vítima, o outro como o seduzido redimido, a outra como aquela que lutou pelo "homem da sua vida", mas em comum todos continuaram suas vidas normalmente com exceção da Dedina.

Uma das cenas que mais me impressionou foi a do jantar em que a Diva a chamou para participar. Foi bastante tocante vê-la reclamar a posse de sua casa, seus utensílos, sua história. . . e no fim . . . bem no fim ela precisou ajeitar sua bagunça.

LGBT's e novelas


Até a última sexta-feira, 16 de janeiro, as telenovelas brasileiras contavam cinco personagens assumidamente gays em sua tramas. Com o fim da global A Favorita, onde Iran Malfitano e Paula Bulamarqui, interpretavam Orlandinho e Estela, só ficaram o casal formado por Danilinho e Bené, vividos por Cláudio Heinrich e Nill Marcondes, na novela Mutantes, e a travesti Docinho interpretada por Roberto Bom Tempo em Chamas da Vida, ambas da Rede Record. Se levarmos em consideração as reprises esse número aumenta em torno 50%.

É um bom número se considerarmos que na última década esse tenha sido quase o total de representações nesses produtos. Outro fator importante é a apresentação dessas personagens, elas perderam aquilo que muitos consideram como o tom caricatural assumindo uma postura considerada mais séria.


Cláudio Heinrich vive Danilinho personagem gay em Mutantes


A maior inserção de gays e lésbicas em novelas cresceu, principalmente, após a novela Mulhers Apaixonadas, de Manoel Carlos. Na trama era mostrada a relação de Clara e Rafaela, duas jovens estudantes secundaristas interpretadas por Alline Moraes e Paula Picarelli.

Pois bem, agora eu pergunto: será que essa maior visibilidade vale a pena?

Como disse anteriormente personagens gays deixaram de ser representados de forma caricatural e esteriotipada, mas quem define os encaixes nessas categorias? Será certo assumir uma postura de representação de gays e lésbicas de forma politicamente correta? Quer dizer que fanchas, mariconas, pocpoc's, butch's e outras identidades são caricaturas?

Essa questão é controversa dentro do própio movimento LGBT, se por um lado alguns defedem que a forma "esteriotipada" é nociva para a causa por outro há quem defenda que essas representações são legitimas - e na verdade são - e não concordam com a forma como gays e lésbicas estão sendo re-enciaxados e re-configurados em posições onde a aceitação dessa sexualidade não seja tão traumática.

Esse é um assunto que ainda vai render muito.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Pelo nome social


No próximo dia 29 de janeiro a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGLBT) e a Articulação Nacional de Travestis (Antra), lançam a campanha nacional pela aceitação dos nomes sociais de travestis e transexuais nos estabelecimentos de ensino de todo país.

Atualmente apenas o estado do Pará aceita que travestis e transexuais façam matrículas utilizando seus nomes sociais. Em Minas Gerais, Paraná e no Piauí as discussões sobre o tema estão em estado avançado.


A iniciativa, que conta com o apoio do Ministério da Educação tem como objetivo barrar a evasão escolar de travestis e transexuais devido ao constrangimento causado pelo uso de seus nomes de registro. Apesar do aval do MEC a decisão final sobre a aceitação ou não da matrícula com os nomes pelos quais travestis e transexuais são reconhecidos cabe às secretárias estaduais de educação.

A utilização legal dos nomes sociais é uma antiga demanda de transexuais e travestis em todo país. No ano passado o Ministério da Saúde lançou portaria orientando que pacientes sejam tratados, nos hospitais do Sistema Único de Saúde, pelos nomes que os identificam socialmente.



Travesti é destaque em desfile de grife carioca


A grife carioca de moda masculina Complexo B - aquela com as estampas de São Jorge em todos os seus produtos -, foi o grande bafão no último dia de desfiles do Fashion Rio. Com uma coleção que homegeia o bairro da Lapa, reduto da boêmia local, a grife encerrou sua apresentação colocando na passarela, ao lado do ator Milton Gonçalves, a travesti Patrícia Araújo, 25 anos, 1,80m e 68 kg.

De acordo com Beto Neves, estilista da marca, não há como falar da Lapa sem citar as travestis."Falar da Lapa e não falar de travesti seria querer abafar o caso. Não quero levantar bandeira, mas dar uma apimentada”, declarou antes do desfile.

Patrícia, que é casada com um inglês, está de volta ao país após uma temporada em Londres (tsá!), e será um dos destaques da Escola de Samba Grande Rio.

Tá meu bem! Ela é luxo! Ela é poder!

Ps> Só não entendo uma coisa: Como é que o pessoal de alguns sites ainda usam o artigo masculino para se referirem à gata? Gente tá na hora de acordar! Gênero é questão de identificação.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Até quando mesmo hein?






Bom catei essa aqui no Lokas da Xereca, que por sua vez colou do Portal Onne:

O Grupo Gay da Bahia acaba de divulgar relatório sobre violação dos direitos e discriminação contra homossexuais no Brasil. De acordo com os dados o país é o campeão em assinatos de LGBT's no mundo, seguido de Estados Unidos e México. Pernambuco, Bahia e São Paulo são os estados mais violentos. O relatório atende a pedido do Congresso Americano que, todos os anos, divulga dados sobre abusos, discriminação e violação dos direitos humanos nos países em que mantém relações diplomáticas.

UPDATE:

Acaba de sair no Jornal da Record que o casal João e Edson, moradores de Ribeirão Preto, recebeu autorização para adoção de quatro crianças, três meninas e um menino, todos irmãos. Esse sim é o tipo de notícia que se espera de um país que quer ser referência mundial nas questões sociais.