domingo, 18 de janeiro de 2009

LGBT's e novelas


Até a última sexta-feira, 16 de janeiro, as telenovelas brasileiras contavam cinco personagens assumidamente gays em sua tramas. Com o fim da global A Favorita, onde Iran Malfitano e Paula Bulamarqui, interpretavam Orlandinho e Estela, só ficaram o casal formado por Danilinho e Bené, vividos por Cláudio Heinrich e Nill Marcondes, na novela Mutantes, e a travesti Docinho interpretada por Roberto Bom Tempo em Chamas da Vida, ambas da Rede Record. Se levarmos em consideração as reprises esse número aumenta em torno 50%.

É um bom número se considerarmos que na última década esse tenha sido quase o total de representações nesses produtos. Outro fator importante é a apresentação dessas personagens, elas perderam aquilo que muitos consideram como o tom caricatural assumindo uma postura considerada mais séria.


Cláudio Heinrich vive Danilinho personagem gay em Mutantes


A maior inserção de gays e lésbicas em novelas cresceu, principalmente, após a novela Mulhers Apaixonadas, de Manoel Carlos. Na trama era mostrada a relação de Clara e Rafaela, duas jovens estudantes secundaristas interpretadas por Alline Moraes e Paula Picarelli.

Pois bem, agora eu pergunto: será que essa maior visibilidade vale a pena?

Como disse anteriormente personagens gays deixaram de ser representados de forma caricatural e esteriotipada, mas quem define os encaixes nessas categorias? Será certo assumir uma postura de representação de gays e lésbicas de forma politicamente correta? Quer dizer que fanchas, mariconas, pocpoc's, butch's e outras identidades são caricaturas?

Essa questão é controversa dentro do própio movimento LGBT, se por um lado alguns defedem que a forma "esteriotipada" é nociva para a causa por outro há quem defenda que essas representações são legitimas - e na verdade são - e não concordam com a forma como gays e lésbicas estão sendo re-enciaxados e re-configurados em posições onde a aceitação dessa sexualidade não seja tão traumática.

Esse é um assunto que ainda vai render muito.

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