quinta-feira, 23 de abril de 2009

Erecom Belém 2009


Pessoas acabei de chegar de Belém - ou Belhém como dizem alguns -, do Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação 2009 e voltei bastante contente com o que eu vi!

Primeiro esse foi sem dúvidas um dos encontros mais bem organizados que eu já participei; segundo o povo entendeu que festa é festa e não palanque político e se jogou com tudo no fervo!!! (Camilhinha morra de felicidades com essas palavras!) e terceiro, e mais importante, esse foi o encontro onde gays e lésbicas mais ficaram a vontade para realizar suas vontades e desejos dentro dos espaços do encontro sem a necessidade de saídas furtivas para cantos escuros longe dos olhares alheios.

Claro que alguns particpantes, gays e não-gays, não ficaram muito a vontade com essa visibilidade toda, mas ao longo dos dias os olhares de incredulidade, os cochichoos e muxoxos de desaprovação e os dedos apontados foram diminuindo ao patamar da quase invisibilidade. De acordo com alguns amigos o Erecom mais parecia o Enuds (Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual), que, coincidentemente, aconteceu há 6 meses atrás também na UFPA.

Mas como nem tudo são flores não posso deixar de apontar o GD de Sexualidade, Gênero e Opressões como um ponto a ser reavaliado para os próximos encontros. Os facilitadores, o Milton do Orquídeas e duas professoras que não recordo os nomes agora, foram muito felizes em suas falas, entretanto não há como haver uma discussão proveitosa e aprofundada sobre os temas uma vez que eles são muito amplos e aspectos deixam de ser contemplados em um Gd que gira em torno de três temas. A sugestão é que se façam Gd's específicos sobre sexualidade e gênero e outros sobre classe e raça.

Também notei a necessidade de formação de grupos para a discussão das temáticas de diversidade sexual nos cursos de comunicação. Algumas falas explicitaram bem a falta que esse tipo de organização faz uma vez que alguns preconceitos foram sendo reativados sistematicamente através de exemplos e inferências.

Mas nem isso conseguiu ( e olha que o Milton e o Ramom são testemunhas de como eu sai do sério) fazer com que eu não aproveitasse todos os momentos do Erecom. Todas as bagunças no quarto, as festas, as oficinas que participei, a bebida, o cigarro e os amigos novos, antigos, de perto, de longe... Vinny, Duda e Osmar vocês foram lembrados sempre! Jamira foi ótimo te ter por perto esses dias amiga você foi parte importante dos meus momentos felizes nesse encontro!

Agora é esperar por Fortaleza...




sexta-feira, 3 de abril de 2009

Hijras

Eu acho, particularmente, a novela Caminhos das Índias um saco. A única coisa que vale a pena nesse folhetim é a oportunidade de apreciar a cultura indiana. E mesmo esse ponto de ancoragem e luz no fim do túnel fica apagado numa trama confusa e caricatural com seus personagens que beiram ao inverossímil. Mas deixemos de lado o enredo megalomaníaco de Gloria Perez, afinal, esse não é um texto sobre seu atual trabalho, e vamos falar sobre xs Hijras.

Muita coisa se fala sobre esse grupo, que teria como equivalente ocidental a identidade transexual, mas pouco se sabe sobre eles fora da Índia. Aliás, no país, até as cenas dos casamentos da novela das 20h poucas pessoas tinham ouvido falar sobre xs Hijras.

De acordo com a tradição indiana elxs não seriam homens nem mulheres e sim o terceiro sexo e credita- se a elxs o poder de abençoar ou amaldiçoar, por isso em seu país - encontrei relatos de sua aparição, também, no Paquistão, na Índia elxs se concetram ao norte -, a violência contra essa representação é vista como mau augúrio.

Quando chegam a casamentos ou batizados, o que fazem com muita música e dança e sem terem sido convidados, ficam pouco tempo e levam suas bençãos em troca de pagamento de prendas ou dinheiro que geralmente são pagos uma vez que se acredita piamente em seus poderes.

Mas quem são e como se tornar um Hijra?

Na Índia, com a obrigação dos casamentos por questões sócio-culturais, a impotência masculina é vista como uma grande desonra para um homem, que com receio da vergonha social, por não procriarem, oferecem suas genitais para a deusa Bahuchara Mata e dessa forma realizam a castração.

Há muito séculos esses rituais acontecem. Atualmente os pais, ao perceberem traços de feminilidade em seus filhos ou deformações em sua genitais os entregam nas casas de Hijras para que possam crescer como ux delxs e assim viver o destino reservado aos efeminados.

Como não são consideradxs gays não sofrem a mesma discriminação que esse grupo. Há também uma representação parecida, mas com algumas particularidades, na Polinésia Francesa (se não estiver enganado!). Vou dar uma pesquisada e escrevo sobre elxs numa outrasoportunidade.

Falando em gays e Índia...

... de acordo com sites nacionais o príncipe indiano, e gay assumido, Manvendra Sing Gohil, 43 anos, estará em São Paulo para participar da Parada do Orgulho. Conhecido como Pink Prince, por morar em uma castelo rosa, foi casado e sseparou-se no fim dos anos 90. Ele saiu do armário em 2006 quando foi deserdado pelos pais mas, reataram, após um entrevista do príncipe à apresentadora Oprah que causou boa impressão.

Ele também é responsável por uma fundação de ajuda à pessoas com HIV/AIDS e diz que procura um amor, mas que está difícil arranjar um em seu país devido sua posição - ele acha que os prtendentes estão de olho em sua posição - e diz que é impossivel uma parada como a do Brasil em seu país devido as convenções sociais e diz que devido a obrigação do casamento muitos gays vivem infelizes, inclusive nas famílias reais.